MOVIMENTO DIRETAS JÁ

 Diretas Já foi um movimento brasileiro cujo objetivo era alcançar mudanças no Brasil, permitindo o voto direto para Presidente da República.

 De imensa participação popular, Diretas Já foi um movimento popular bastante importante na história do Brasil, tendo início durante o governo de João Figueiredo no ano de 1983, e tinha como objetivo alcançar eleições diretas para o cargo de Presidente da República para o Brasil. Na época, esse movimento recebeu apoio do PMDB e do PDS, assim como a simpatia e o apoio da maior parte da população, que marcou presença nas ruas em protestos para pedir a volta das eleições diretas.

 O Brasil encontrava-se, na época, sob Regime Militar, que foi implementado no ano de 1964, e por isso as últimas eleições diretas haviam ocorrido no ano de 1960. A Inflação encontrava-se alta, a divida externa brasileira era exorbitante, e havia um grande número de desempregados, o que expunha claramente a crise que marcava o sistema do Regime Militar. A sociedade estava insatisfeita, e por isso paravam de apoiar os militares, que pregavam uma transição democrática lenta.

 Então, no ano de 1984, seriam realizadas eleições para a presidência, mas não de forma direta, e sim indireta por meio do Colégio Eleitoral. Para que pudessem ocorrer eleições diretas, seria necessária uma aprovação da emenda constitucional que foi proposta por Dante de Oliveira, então deputado do Mato Grosso, e pertencente ao PMDB.

 O movimento denominado Diretas Já acabou por acender na população, após duas décadas de repressão, a esperança e a coragem, buscando não apenas pela eleição direta de um representante, mas também mudanças econômicas e sociais. Diversas manifestações públicas foram realizadas, mas foram dois comícios que marcaram a campanha de forma significativa, antes de ser votada a emenda de Dante de Oliveira. Um deles ocorreu em 10 de abril de 1984, no Rio de Janeiro, e outro seis dias depois em São Paulo. Mais de um milhão de pessoas compareceram ao evento na Praça da Sé, em São Paulo.

 Muitos foram os nomes que marcaram o movimento brasileiro, como “O Senhor das Diretas”, como ficou conhecido Ulysses Guimarães, assim como Luís Inácio Lula da Silva, Fafá de Belém e Osmar Santos. Na data de 25 de Abril de 1984, foi realizada a reunião para votação da emenda pelo Congresso Nacional, tornando possível a eleição direta ainda no ano corrente. A população não pode acompanhar a votação, e os militares temiam manifestações, e por isso reforçaram a segurança em torno do Congresso Nacional. Foram totalizados 298 votos a favor, 65 contra e 3 abstenções, sendo que 112 deputados não compareceram, e para a aprovação eram necessários 320 votos. Restava ainda a eleição indireta em que Paulo Maluf do PDS e Tancredo Neves do PMDB, dois civis, disputariam o cargo. Tancredo Neves, com o apoio das lideranças das Diretas Já, venceu a disputa, tornando-se o Presidente do Brasil. Tancredo, entretanto, acabou falecendo em decorrência de uma doença antes mesmo de assumir o cargo, e então José Sarney, seu vice, tornou-se o primeiro presidente civil após a Ditadura Militar. Foi somente no ano de 1989 que ocorreram as eleições diretas no Brasil, quando foi estabelecida a Constituição de 1988.

 

BIBLIOGRAFIA :  História Geral do Brasil – Maria Linhares

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