AS CRUZADAS

Durante o Concílio de Clermont, o Papa Urbano II convocou os exércitos de toda a Europa para lutar contra o domínio islâmico na cidade de Jerusalém.

 Denominam-se Cruzadas as expedições militares organizadas entre 1095 e 1291 pela Igreja Católica, com o objetivo de reconquistar o Santo Sepulcro, em Jerusalém, do domínio islâmico

 De acordo com alguns estudiosos, a realização das Cruzadas também tinha o objetivo de conquistar novas terras para novos feudos e escoar o excesso de mão-de-obra ociosa na Europa.

 A tarefa era uma mistura de guerra, peregrinação e penitência.

 Entre os anos de 638 d.C. e 1071, mesmo com a tomada da Palestina, o domínio árabe na região não causou incômodos para os cristãos. No entanto, a partir de 1701, com a tomada da Terra Santa pelos turco-otomanos, a situação mudou, pois, apesar de também serem muçulmanos, os turco-otomanos não permitiam os cultos e nem as peregrinações dos cristãos a Terra Santa.

 Neste contexto, em 1095, durante o Concílio de Clermont, o Papa Urbano II, apoiando-se nos escritos de Santo Agostinho, fez um grande discurso para convocar os exércitos de toda a Europa para lutar contra o domínio islâmico na cidade de Jerusalém.

 Além do contexto religioso, outros aspectos influenciaram o início das Cruzadas, como o quadro político e econômico.

Naquela época, a Europa entrava no seu período de crise do modo de produção feudal, com a estagnação da produção e o aumento da população. Assim sendo, alguns pesquisadores afirmam que um dos objetivos das Cruzadas era reabrir as rotas comerciais fechadas com o domínio dos turcos-otomanos.

 A partir do século XI, os cruzados ou guerreiros da cruz atenderam a convocação do Papa Urbano II e iniciaram séculos de guerras. A denominação Cruzadas surgiu devido ao símbolo da cruz que os expedicionários utilizaram em seus uniformes e nas bandeiras.

 

As 8 Cruzadas

Entre os séculos XI e XIII ocorreram 8 cruzadas, com a participação de senhores e reis de várias nações cristãs do continente europeu.

A Primeira Cruzada (1096-1099)

É também conhecida como “Cruzada dos Nobres”. Foi organizada durante o ano de 1096, com a partida dos nobres no outono daquele mesmo ano. Em abril de 1097, estavam em Constantinopla solicitando o apoio do imperador bizantino Aleixo Comneno.
Os nobres tinham o objetivo de alcançar Antioquia e, no caminho, tomaram a cidade de Nicéia, que estava sob domínio turco. Continuam a sua jornada e seguem o seu caminho rumo a Jerusalém.
 Os cruzados conseguem escalar as muralhas de Jerusalém e invadem a Terra Santa, provocando um massacre. Após a vitória, estabeleceram quatro estados cristãos: o Condado de Edis, o Principado de Antioquia, o Condado de Trípoli e o Reino de Jerusalém.

A Segunda Cruzada (1147-1148)

Também conhecida como “Cruzada dos Reis”, foi pregada por Eugênio III e São Bernardo, contando com a participação do Rei Luis VII da França e Conrado III da Alemanha.
Esta cruzada não obteve êxito. O Rei Luis VII atravessou o território inimigo em pleno inverno, o que causou a morte de muitos homens devido ao frio e à fome.
Depois de outra tentativa falha, ao tentar sitiar Damasco e cometer mais erros estratégicos, os exércitos cruzados desistem e retornam para a Europa.

A Terceira Cruzada (1189-1192)

Com o apoio do papa Inocêncio III, os reis Filipe Augusto (França), Ricardo Coração de Leão (Inglaterra) e Frederico Barba-Roxa (Sacro-Império) resolveram partir para uma Nova Cruzada.
Barba-Roxa lutou e venceu os muçulmanos, mas, logo depois morreu afogado ao atravessar um rio a caminho de Jerusalém. Sem a sua liderança, o enorme exército rapidamente se desintegrou.
 Após algumas batalhas, Jerusalém manteve-se sob o poder dos turcos.

A Quarta Cruzada (1202-1204)

Não alcançou os objetivos, pois chegou a Constantinopla, mas desistiu de seguir até Jerusalém. Após a invasão a Constantinopla, os cruzados e venezianos formaram o Império Latino de Constantinopla, alcançando o domínio do monopólio do comércio.

A Cruzada das Crianças

Em 1212 foi organizada uma expedição formada por crianças, pois acreditava-se que, por serem puras (sem pecados), elas seriam recompensadas por Deus
 Durante o percurso até a Palestina, algumas crianças afogaram-se numa tempestade e o restante foi vendida como escravas.

A Quinta Cruzada (1217-1221)

Cristãos de vários países europeus se reuniram em São João D’Arce para uma nova tentativa de reconquistar Jerusalém. Deixam o Egito sem alcançar o seu objetivo.

A Sexta Cruzada (1228-1229)

Liderada por Frederico II, nesta expedição os cruzados conseguiram negociar com os muçulmanos, que também estavam divididos e cansados das lutas. As negociações duraram todo o inverno e selou-se um acordo de paz, no qual os cristãos conseguiram as cidades de Jerusalém, Belém e Nazaré.

A Sétima Cruzada (1248-1250)

A conquista de Frederico foi breve (Jerusalém foi reconquistada pelos muçulmanos em 1234) e o Rei Luis IX (França) resolve organizar uma nova Cruzada.
 Não houve êxito na empreitada, e Luis e todo seu exercito foram cercados e feito prisioneiros. Os nobres pagaram pela sua liberdade, já os demais foram vendidos como escravos ou mortos em batalha.

A Oitava Cruzada (1270)

Durante os anos de 1265 e 1268, os egípcios mamelucos conquistaram vários territórios. O rei francês Luis IX retoma o espírito das Cruzadas, no entanto, agora o objetivo era a convenção do Emir de Tunis.
 Nenhuma das cruzadas obteve o sucesso esperado e foram abandonadas.
  As cruzadas promoveram grandes mudanças em toda a européia como a reabertura do mediterrâneo as navegações e ao comercio europeu. 

BIBLIOGRAFIA :
 
CRUZADAS. http://linux.alfamaweb.com.br/sgw/downloads/142_082706_CRUZADAS.pdf -
Débora Silva

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