A ERA VARGAS
Revolução de 1930
Até o ano de 1930 vigorava no Brasil a República
Velha, conhecida hoje como o primeiro período republicano brasileiro. Como
característica principal centralizava o poder entre os partidos políticos e a
conhecida aliança política "café-com-leite" (entre São Paulo e Minas
Gerais), a República Velha tinha como base a economia cafeeira e, portanto,
mantinha fortes vínculos com grandes proprietários de terras.
De acordo com as políticas do
"café-com-leite", existia um revezamento entre os presidentes
apoiados pelo Partido Republicano Paulista (PRP), de São Paulo, e o Partido
Republicano Mineiro (PRM), de Minas Gerais. Os presidentes de um partido eram
influenciados pelo outro partido, assim, dizia-se: nada mais conservador, que
um liberal no poder.
O Golpe do Exército
Em março de 1930, foram realizadas as eleições para
presidente da República. Eleição esta que deu a vitória ao candidato
governista Júlio Prestes. Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança
Liberal (nome dado aos aliados mineiros, gaúchos, e paraibanos) recusou-se a
aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes era
decorrente de fraude.
Além disso, deputados eleitos em estados onde a
Aliança Liberal conseguiu a vitória, não tiveram o reconhecimento dos seus
mandatos. Os estados aliados, principalmente o Rio Grande do Sul planejam
então, uma revolta armada. A situação acaba agravando-se ainda mais
quando o candidato a vice-presidente de Getúlio Vargas, João Pessoa, é
assassinado em Recife, capital de Pernambuco.
Como os motivos dessa morte foram duvidosos, a
propaganda getulista aproveitou-se disso para usá-la em seu favor, atribuindo a
culpa à oposição, além da crise econômica acentuada pela crise de 1929; a
indignação, deste modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era
desfavorável ao governo vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e
formou uma junta governamental composta por generais do Exército. No mês
seguinte, em três de novembro, Júlio Prestes foi deposto e fugiu junto com
Washington Luís e o poder então foi passado para Getúlio Vargas pondo fim à
República Velha.
Governo provisório (1930 - 1934)
O Governo Provisório teve como objetivo reorganizar
a vida política do país. Neste período, o presidente Getúlio Vargas deu início
ao processo de centralização do poder, eliminando os órgãos legislativos
(federal, estadual e municipal).
Diante da importância que os militares tiveram na
estabilização da Revolução de 30, os primeiros anos da Era Vargas foram
marcados pela presença dos “tenentes” nos principais cargos do governo e por
esta razão foram designados representantes do governo para assumirem o controle
dos estados, tal medida tinha como finalidade anular a ação dos antigos
coronéis e sua influência política regional.
Esta medida consolidou-se em clima de tensão entre
as velhas oligarquias e os militares interventores. A oposição às ambições
centralizadoras de Vargas concentrou-se em São Paulo, onde as oligarquias
locais, sob o apelo da autonomia política e um discurso de conteúdo
regionalista, convocaram o “povo paulistano” a lutar contra o governo Getúlio
Vargas, exigindo a realização de eleições para a elaboração de uma Assembleia
Constituinte. A partir desse movimento, teve origem a chamada Revolução
Constitucionalista de 1932.
Mesmo derrotando as forças oposicionistas, o
presidente convocou eleições para a Constituinte. No processo eleitoral, devido
o desgaste gerado pelos conflitos paulistas, as principais figuras militares do
governo perderam espaço político e, em 1934 uma nova constituição foi
promulgada.
A Carta de 1934 deu maiores poderes ao poder
executivo, adotou medidas democráticas e criou as bases da legislação
trabalhista. Além disso, sancionou o voto secreto e o voto feminino. Por meio
dessa resolução e o apoio da maioria do Congresso, Vargas garantiu mais um
mandato.
Governo Constitucional (1934 – 1937)
Nesse segundo mandato, conhecido como Governo
Constitucional, a altercação política se deu em volta de dois ideais
primordiais: o fascista – conjunto de ideias e preceitos político-sociais
totalitário introduzidos na Itália por Mussolini –, defendido pela Ação
Integralista Brasileira (AIB), e o democrático, representado pela Aliança
Nacional Libertadora (ANL), era favorável à reforma agrária, a luta contra o
imperialismo e a revolução por meio da luta de classes.
A ANL aproveitando-se desse espírito revolucionário
e com as orientações dos altos escalões do comunismo soviético, promoveu uma
tentativa de golpe contra o governo de Getúlio Vargas. Em 1935, alguns
comunistas brasileiros iniciaram revoltas dentro de instituições militares nas
cidades de Natal (RN), Rio de Janeiro (RJ) e Recife (PE). Devido à
falha de articulação e adesão de outros estados, a chamada Intentona Comunista,
foi facilmente controlada pelo governo.
Getúlio Vargas, no entanto, cultivava uma política
de centralização do poder e, após a experiência frustrada de golpe por parte da
esquerda utilizou-se do episódio para declarar estado de sítio, com essa
medida, Vargas, perseguiu seus oponentes e desarticulou o movimento comunista
brasileiro. Mediante a “ameaça comunista”, Getúlio Vargas conseguiu anular a
nova eleição presidencial que deveria acontecer em 1937. Anunciando outra
calamitosa tentativa de golpe comunista, conhecida como Plano Cohen, Getúlio
Vargas anulou a constituição de 1934 e dissolveu o Poder Legislativo. A partir
daquele ano, Getúlio passou a governar com amplos poderes, inaugurando o
chamado Estado Novo.
Estado Novo (1937 - 1945)
No dia 10 de novembro de
1937, era anunciado em cadeia de rádio pelo presidente Getúlio Vargas o
Estado Novo. Tinha início então, um período de ditadura na História do Brasil.
Sob o pretexto da
existência de um plano comunista para a tomada do poder (Plano Cohen) Vargas
fechou o Congresso Nacional e impôs ao país uma nova Constituição, que ficaria
conhecida depois como "Polaca" por ter sido inspirada na Constituição
da Polônia, de tendência fascista.
O Golpe de Getúlio
Vargas foi organizado junto aos militares e teve o apoio de grande parcela da
sociedade, uma vez que desde o final de 1935 o governo reforçava sua propaganda
anti comunista, alarmando a classe média, na verdade preparando-a para apoiar a
centralização política que desde então se desencadeava. A partir de novembro de
1937 Vargas impôs a censura aos meios de comunicação, reprimiu a atividade
política, perseguiu e prendeu seus inimigos políticos, adotou medidas
econômicas nacionalizantes e deu continuidade a sua política trabalhista com a
criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), publicou o Código Penal e o
Código de Processo Penal, todos em vigor atualmente. Getúlio Vargas foi
responsável também pelas concepções da Carteira de Trabalho, da Justiça do
Trabalho, do salário mínimo, e pelo descanso semanal remunerado.
O principal acontecimento
na política externa foi a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial
contra os países do Eixo, fato este, responsável pela grande contradição do
governo Vargas, que dependia economicamente dos EUA e possuía uma política
semelhante à alemã. A derrota das nações nazi fascistas foi a brecha que
surgiu para o crescimento da oposição ao governo de Vargas. Assim, a batalha
pela democratização do país ganhou força. O governo foi obrigado a indultar os
presos políticos, além de constituir eleições gerais, que foram vencidas pelo
candidato oficial, isto é, apoiado pelo governo, o general Eurico Gaspar Dutra.
Chegava ao fim a Era
Vargas, mas não o fim de Getúlio Vargas, que em 1951 retornaria à presidência
pelo voto popular.
O Segundo Mandato
- Vargas foi eleito presidente da República em
1950, através das vias democráticas, ou seja, pelo voto popular.
- Neste segundo mandato continuou com uma política
nacionalista.
- Criou a campanha do "Petróleo é Nosso",
para impedir que empresas estrangeiras pudessem explorar o petróleo em terras
brasileiras. Esta campanha resultou, posteriormente, na criação da
Petrobrás.
A crise do governo Vargas e o suicídio
- Em 1954, o clima político no Brasil era tenso e
conflituoso. Havia fortes críticas por parte da imprensa ao governo de Vargas.
Os militares também estavam descontentes com medidas consideradas “de esquerda”
tomadas por Vargas. A população também estava muito descontente, pois a
situação econômica do país era ruim.
-Existia, portanto, grande pressão para que ele
renunciasse. Porém, em agosto de 1954, Vargas suicidou-se no Palácio do Catete
com um tiro no peito.
BIBLIOGRAFIAS :
http://www.sohistoria.com.br/ef2/eravargas/
https://www.historiadobrasil.net/getuliovargas/
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